Eles querem ser ouvidos, ganhar voz numa reunião onde as decisões são tomadas a portas fechadas. Querem opinar sobre uma questão que atinge a todos: o futuro do planeta.
Enquanto políticos, diplomatas, cientistas, ambientalistas se reúnem em volta da mesa de negociação, os manifestantes ganham as ruas de Copenhague, sede da reunião do clima. A temperatura, ao redor de 0ºC, não é empecilho. Nem a polícia, que montou uma operação gigante para tentar conter a massa igualmente gigantesca.
Neste domingo, tinha mais policiais do que manifestantes. Mesmo assim, o confronto foi inevitável. As prisões também. Mais de 200 pessoas foram detidas. O que separa o grito das ruas do ambiente diplomático da conferência não são apenas os seis quilômetros entre o centro da capital dinamarquesa e o Belacenter, onde a reunião do clima acontece.
A distância maior está entre o que o planeta precisa e o que os políticos decidem. Há muitas pontes a serem construídas. Por exemplo: quanto vai custar a recuperação da Terra? Quem vai pagar a conta? Qual é o limite de tolerância do aquecimento global? Perguntas ainda sem respostas. Os ministros, que por enquanto representam os líderes mundiais que só chegam no fim da conferência, saem das reuniões preliminares sorridentes, esbanjando confiança. Afirmam que está havendo progresso e garantem que tudo vai estar alinhavado para que os chefes de estado e de governo apenas ratifiquem o acordo.
Mas será mesmo? Os países africanos já ameaçaram abandonar a conferência se não houver progresso concreto em duas questões básicas: a ajuda financeira para as nações em desenvolvimento e um nível máximo para o aquecimento global. Os Estados Unidos, que não assinaram o Protocolo de Kyoto, em 1997, continuam rejeitando qualquer acordo que tenha força de lei. Ou seja, aceitam no máximo uma carta de intenções.
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