terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Como Superar a Perda de Famílias Inteiras???

"Miséria pouca é bobagem", diz o ditado popular. O mundo inteiro sofre, geme... com as surpresas desagradáveis da natureza - em fúria.

Conforme o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) centenas de casas nas Ilhas Salomão, foram destruídas ontem, dia 04. Em uma das ilhas, Rendova, quase um terço da população, de apenas 3.600 pessoas, ficou desabrigada. Não há registro de vítimas, após terremoto nas Ilhas Salomão; dos terremotos, uma onda de aproximadamente três metros de altura atingiu a costa. Na ilha de Rendova e de Tetepare, fotografias aéreas mostram os escombros ao longo da costa, além de grandes falhas em morros, causadas por deslizamentos. Para as autoridades, a lembrança da tragédia colaborou para poupar vidas, desta vez. "As pessoas estão sensíveis, terremotos evocam memórias, e as pessoas imediatamente começam a buscar terrenos altos", disse o policial Peter Marshall em entrevista.

A Efe, em Nova Déli publica que pelo menos 41 pessoas morreram neste final de semana pela onda de frio que nos últimos dias tem afetado às regiões do norte da Índia, informaram fontes oficiais. Na região de Uttar ocorreram 30 mortes e, no Estado vizinho de Bihar, 11, segundo fontes dos departamentos regionais de Gestão de Catástrofes citadas pela agência indiana Ians.

Em Uttar, a cidade de Shahjahanpur registrou nesta segunda-feira a temperatura mais baixa do país, de 2,8ºC, enquanto no distrito de Muzaffarpur de Bihar o termômetro marcou 6ºC.
Embora as temperaturas registradas não tenham sido inferiores a 0ºC nesta região, nos empobrecidos Estados de Uttar e Bihar, boa parte da população vive em casas precárias e não está acostumada ao frio intenso. O Departamento de Meteorologia prevê que a onda de frio, acompanhada de chuvas, siga afetando o norte do país pelo menos durante os próximos dois ou três dias.


Devido ao frio, muitas escolas estenderam suas férias de inverno, e em Bihar, o chefe de Governo regional, Nitish Kumar, ordenou ao Departamento de Gestão de Catástrofes que instale fogueiras para os pobres.

E no Brasil, bem pertinho de mim (moro em São Paulo), esta tragédia devastadora em pleno Ano Novo num ambiente de férias para pessoas com bons recursos financeiros (Angra dos Reis - , RJ) e que estavam apenas desejando descansar e recarregar as "baterias" para enfrentar o ano que mal se iniciara, trouxe o luto...

Assista o vídeo (abaixo dele, o mesmo texto do vídeo transcrito).



"Especialistas dizem que tragédias como as das enchentes afetam a vida das famílias e as nossas. Vivemos uma espécie de luto coletivo.

A dor dos outros invade a nossa sala. Na mesma festa, na mesma noite, estavam juntos a alegria de um novo começo e o mistério da morte. A tragédia é maior que a montanha e sufoca nossos sonhos de ano novo. Alice é recolhida em um helicóptero e vai ser salva para a vida. Nesta passagem de ano ela perdeu o pai, a mãe, o marido, os dois filhos e a irmã. A casa onde estavam reunidos, na cidade de Cunha, no interior de São Paulo, na noite de réveillon, está destruída, misturada com terra e lama.

Alice carrega a dor e o espanto de ser a única sobrevivente. “Ela presenciou o acidente. Estava consciente o tempo todo. Ela está muito abalada, ouviu a filha dela pedindo socorro, pediu para que retirassem os filhos dela e a retirassem por último, mas ela era a pessoa que estava mais próxima para ser resgatada. Ela sabe que perdeu toda a família e pediu que nós déssemos um enterro digno para a família dela, para os filhos dela e que não deixássemos que os filhos, a família, fossem enterrados como indigente, embaixo de todo aquele escombro”, conta a amiga da família Angelita Ferreira. “É uma tragédia que avassalou famílias inteiras. É uma situação de muitas perdas e não de uma perda. Famílias vão ter de se organizar de uma forma muito particular”, lembra a psicóloga Lélia de Cássia Saleiros.

No meio da terra, coisas espalhadas, objetos indecifráveis entre raízes, as roupas, as malas, as lembranças de férias felizes. Os parentes continuam a buscar seus mortos. “Onde ela está sepultada, se não encontrarem, onde eu vou levar uma flor para ela, onde eu vou acender uma velinha? No mar?”, pergunta o pai de vítima Noberto Pires. O sobrevivente Flavio Larini vive a dor do desaparecimento da noiva Emanuela e da amiga Fernanda: “É possível que encontrem a Manu e a Fernanda porque a família delas está muito triste, eles precisam vê-las. Acho que serve de consolo”.

Flavio é um dos quatro sobreviventes do grupo de 17 amigos da cidade de Arujá. Onze estão mortos e já foram encontrados. “Dói saber que meus amigos todos foram e eu poderia ter ido também. Eu tenho um pouco de felicidade de estar vivo, poderia dizer para você que estou mais feliz de estar vivo, mas não sei se é esse o sentimento que eu tenho. A perda deles é muito grande”, lamenta.

“É importante que as famílias se reúnam e façam aquilo que chamamos de uma cerimônia particular. Tem algo que é social, o sepultamento, mas tem algo individual que cada família pode fazer, mesmo não tendo seu corpo ainda, isto é importante para o processo de luto”, diz a psicóloga. De acordo com os especialistas, o primeiro ano após a morte é o mais difícil de ser enfrentado pelos parentes.

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