quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Verdade Dobra a Esquina

A manhã, véspera do inverno, é de um sol capaz de tirar o gelo dos dias anteriores. Enquanto caminho, desfruto do clima e da presença alegre de bichinhos peludos e saltitantes. Mulheres cheias de sacolas de plástico cruzam meu caminho, mas não são elas que me chamam a atenção. Sinto, mesmo, a companhia de uma natureza viva e envolvente, quase rara em São Paulo.

Chego e logo o cheiro de shampoo me invade as narinas. O encontro com Mazé acontece minutos depois, a escova marcada também. Apesar das conversas paralelas e do secador, conseguimos conversar sobre a reportagem da Luiza Brunet, na revista em que leio. Não demorei a deixar o salão.

A rua está movimentada. Um vento com cheiro de frango balançam os meus cabelos e o desejo de uma feijoada para o almoço é banido. Padarias modernas não fabricam mais só pães. O preço é “camarada” e não precisava encomendar, ainda assim prefiro ligar.

Dobro a esquina e vejo um homem dobrado em cima de plásticos. Uma velha bicicleta faz a vez de armários, vários pertences pendurados. Antes de deixá-lo um último olhar, um último desejo. “Espero que a padaria mude de lugar, para que o cheiro de frango não venha mais lhe importunar.”

E ele que mora tão perto do frango, nunca sequer ouviu seu cacarejar.

Um comentário:

Pensamento aqui é Documento disse...

Rô, adorei a foto!

O papel dela é ilustrar e isso está fazendo bem.

Beiiijos