quarta-feira, 20 de maio de 2009

Liberdade de Expressão

Hoje participei do Debate "Bota pra Fazer" e os convidados não poderiam ser melhores: Luis Erlanger, que após vários cargos nas organizações Globo, atualmente é Diretor da Central Globo de Produções; a jornalista, Miriam Leitão, também colunista do Jornal O Globo, e comentarista de economia da TV Globo, dentre outros cargos e Paulo Lima, diretor da Revista Trip e TPM que trabalha com comunicação há mais de 25 anos. O tema: Liberdade de Expressão.
Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Produções

Fui uma das primeiras convidadas a chegar para o Welcome Coffee e já na recepção, percebi uma jovem senhora com um bebê no colo. Aliás, todos que iam chegando, davam uma olhadela curiosa e intrigante, como que "condenando" a atitude da mãe em estar num horário e local daqueles... Bom, não preciso nem dizer que o debate foi incrível e todos deram um show de conhecimento mesclado com simplicidade.

Eu, Miriam Leitão, Janaina e Olavo, seu bebê

Se antes eu já assistia a Miriam Leitão porque acho que ela entende (fala e explica) muito bem sobre Economia, imagine depois de hoje. Ela é simplesmente Miriam, verdadeira, inteligente, precisa, simpática, e, "tocável". Não sei porque, mas a maioria das pessoas, principalmente estudantes de jornalismo tendem a achar que os "funcionários globais" são um pouco estrelas por fazer parte da Rede Globo (aliás, o sonho de consumo de praticamente todos os estudantes da área de comunicação é ser "global").

Após cumprimentar a Miriam Leitão, me aproximei da mãe, perguntei seu nome (Janaína) e elogiei o comportamento do bebê, Olavo; ao que ela prontamente me respondeu: "eu disse a ele que o tema era Liberdade de Expressão, mas que ele estava proibido de abrir a boca". Conheci também a Meyre - fotógrafa do momento. Enquanto caíamos na risada, Miriam se aproximou e disse: "Deixe-me ver este bebê, pois eu amo os bebês..." A cena foi inédita e todos fizemos uma festa naquele momento (e Olavo continuava sem liberdade de expressão). Tiramos algumas fotos, trocamos e-mails e nos despedimos alegremente, como velhas conhecidas.


Meyre, Janaina e Olavo
Mas o que eu queria focar desde o início, foi o bebê, que "roubou a cena" desde cedo e mesmo durante o debate, todos olhavam de vez em quando, como que esperando o óbvio (choros, gritarias, a mãe tentando fazer algo para aquietá-lo,...), mas nada. Após quase duas horas de debates, a maioria saindo pra ir embora, outros indo até a frente para cumprimentar os debatedores, a mãe do bebê continuou sentada e amamentando (aliás, ela sentou na mesma fileira que a minha, só que no meio e eu na beirada).

O interessante foi que bem no finalzinho da discussão e amplas idéias, dados e opiniões, um cidadão (estávamos num grupo de 140 participantes, mais ou menos) ergueu a voz e começou a questionar o profissionalismo dos debatedores, pois fora convidado para algo sobre empreendedorismo. Mais uma vez os debatedores deram uma resposta à altura, com humildade vestida de luvas de pelica. A platéia, revoltada, inclusive eu, se virou pra ele e o "infeliz" quase foi linxado pela platéia.
Aí pensei: o bebê que era o único que poderia "colocar a boca no trombone", ficou na dele, desfrutando do colinho de mamãe e o convidado, adulto deu um show de ignorância. Fica aí a lição pra quem deseja unir o útil ao agradável, pois imediamente, lembrei de um ditado popular brasileiríssimo: "Querer é Poder", no caso, a mãe que levou seu lindo bebê para algo interessante pra ela e, também um outro ditado que a Miriam Leitão salientou: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer."

Nenhum comentário: