terça-feira, 13 de julho de 2010

Demitida por causa do Twitter

É, todo cuidado é pouco nesta vitrine globalizada...

Uma editora do canal americano CNN foi demitida esta semana por causa de um comentário no Twitter. A notícia é do jornal The New York Times. A editora, chamada Octavia Nasr, lamentou a morte de um integrante do grupo xiita libanês Hezbollah, considerado terrorista pelos Estados Unidos.

Nasr escreveu no microblog, no domingo: “é triste ouvir sobre a morte de Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah… Um dos gigantes do Hezbollah, que eu respeito muito.” O comentário repercutiu mal entre os internautas, especialmente israelenses e norte-americanos. Foi cogitado até que ela apoiaria o grupo Hezbollah.

A CNN decidiu afastar a editora.

Aqui no Brasil, um episódio de demissão por causa do Twitter ficou famoso. Um funcionário de uma editora teria sido mandado embora depois de crititar uma reportagem feita por uma revista da casa. Em outro exemplo, um diretor foi afastado depois de ofender, pelo Twitter, o time de futebol que a empresa estava patrocinando. Tenho um amigo que passou por algo parecido. Ele foi demitido – junto com outros colegas de trabalho – por combinar um “boicote” à empresa pelo Twitter.

A gente já comentou aqui no blog que a internet embaralha a fronteira entre a vida profissional e a vida privada. É possível, por exemplo, bloquear o conteúdo do seu perfil no Twitter para quem não sejam seu seguidor, mas basta que um seguidor publique (ou “retuíte”) seu post, para que o número de pessoas com acesso a ele saia do controle.

A imagem virtual afeta a carreira, mais ainda num momento em que as empresas procuram funcionários com determinados “valores”, preocupam-se mais com imagem e com seus ativos intangíveis — marca, reconhecimento, respeito, admiração.

Por isso, tem empresa criando manual de conduta nas redes sociais para os funcionários. Justo ou não, é perigoso para a carreira falar mal da própria empresa, das concorrentes e de colegas, assim como se expor demais e mostrar atitudes que possam ser moralmente questionáveis. Seria bom se isso aumentasse o nível de bons modos na rede.

http://colunas.epoca.globo.com/trabalhoevida/2010/07/08/demitida-por-causa-do-twitter/

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