"Armando Nogueira, autor, professor e amigo, partiu ontem. Sua história profissional se escreveu, se cruzou, para sempre, com a história do jornalismo da televisão e da TV Globo. Começar no Acre, passar pela imprensa carioca, nos tempos românticos - quando o repórter via, ouvia e escrevia. Passar pelos grandes momentos da história recente do Brasil. São, em mais de 50 anos, muitas mudanças. O escritor gostava de mudanças. Olhava com calma, filosoficamente, as maiores transformações. Foi testemunha e ator da era da comunicação de massas, do jornal para a televisão. Foi o salto maior? Há outros, há maiores. A liderança de uma equipe que formou o primeiro telejornal do Brasil.
O poeta Armando Nogueira aprendeu e ensinou ao mesmo tempo. Comandou em tempos duros, de restrição à informação, uma equipe que para sempre deixou para trás o amadorismo. Deixou também um legado a todos nós da Globo: a isenção, a coragem, a resistência e a crença de que, para o jornalista, nada é impossível. Ele vai lá, fundo, consegue com estilo e elegância. Quando tudo parecia feito e resolvido, mudava de novo. Subiu aos céus, no comando de seu avião, olhando lá de cima a passagem do tempo e os enigmas das paixões humanas. Entre estas paixões, a dele: pelas palavras pelo esporte, pela informação e pela aventura da vida".
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