Uma orquestra é o melhor
exemplo de trabalho em equipe. Sem ela toda a beleza da música sumiria uma vez
que cada músico tocaria o que bem entendesse. Não só leria a partitura como bem
lhe aprouvesse, mas, levados pelo ego, certamente tocariam sem parar. Iria ser
uma loucura e nem o melhor maestro do mundo seria capaz de controlar. Se o
autor da música estivesse presente nesse concerto maluco, sairia correndo e exigiria
uma indenização pelo assassinato de sua obra. Rui Pereira foi muito feliz no
título e no conteúdo do livro. Voltando à orquestra, antes de aprender a
tocar é preciso saber qual é o instrumento escolhido. Não vale a resposta “
qualquer um “. Para ser um virtuose é preciso trabalho, empenho, dedicação,
disciplina e acima de tudo gostar do que faz. Sem isso tudo o esforço se perde.
Dominar o ego é um aprendizado necessário. Em cada peça musical há destaque
maior sobre um naipe de instrumentos e até mesmo um solo ouvido com maior
respeito e admiração pela audiência. Assim, todos terão em algum tempo o
seu momento de glória e reconhecimento de seu empenho e propósito.
Há casos que o maestro é
dispensável. Isto não quer dizer que não há liderança, esta pode ser
pessoal ou compartilhada. Pense agora em um conjunto de jazz. Todos tocam a
mesma música, ninguém atropela ninguém e o resultado é ótimo. Em determinado
momento, há um espaço para o improviso. Todos os músicos fazem o improviso e se
destacam do conjunto durante algum tempo. Confirmam a tese que em um
determinado momento do dia todos nós somos líderes. Há outros exemplos. Quem é
o líder em um voo? É o comandante, é claro, e é bom que assim seja. No mundo de
rápidas mudanças que vivemos é preciso planejamento, avaliação das forças para
realizar o desejo e quais as estratégias que vão ser usadas para vencer. Para
isso é preciso estar preparado, treinado e disposto a enfrentar desafios.
Contudo é preciso estar atento para o imprevisto, que Nassim Taleb chama de
cisne negro, e os budistas de tigre. Ou seja não se pode baixar a guarda
nunca sob o risco de se tomar um knockout.
Rui Pereira neste
Orquestrando a Felicidade no Trabalho aponta de forma didática, leve, bem
humorada com exemplos do dia a dia a direção para o sucesso. É possível
trocar a profissão depois de ter feito duas faculdades e obtido certificação
para trabalhar? Sim, conheço um exemplo: eu. Passei a viver de
jornalismo aos 42 anos de idade . Deixei de ser professor e advogado, com OAB,
para pular de cabeça no jornalismo. Não estou arrependido. Tenho estudado
e buscado conhecimento para entender a revolução que as mídias sociais
estão provocando e virando tudo de pernas para o ar. Agora que tenho mais
de setenta anos fiz um estágio na CNN para jovens e inexperientes jornalistas.
Estou no segundo grupo, é claro.
Heródoto Barbeiro,
jornalista, âncora do Jornal da Record News e autor de Provocações Corporativas
( Alta Books ), dentre outros livros.
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