Segundo pesquisa Datafolha Fasano é eleito o melhor restaurante da cidade e o principal motivo do desgaste da relação, conta o Chef, girou em torno de dinheiro. Além de ser cobrado por seu alto salário, cujo valor não revela, Salvatore discordava do rumo dos negócios e enfrentava pressão pela queda no faturamento das casas. "O faturamento caiu um pouco porque tem muita concorrência. Mas os preços continuaram altos.
"Claro que não vou conseguir igualar o Fasano. Porque lá não é só a comida que conta, mas o ambiente, a arquitetura. O lugar foi criado para ser um templo", diz ele à sãopaulo, na manhã deste domingo, 24. Mesmo assim, o italiano da Sardenha demonstra estar animado com o novo desafio, o primeiro no Brasil fora do grupo Fasano desde que ele chegou ao país, em 1999.
Salvatore agora se prepara para assumir a cozinha do Girarrosto, na segunda-feira dia 2 de julho. Segundo o chef, que terá participação como sócio na casa nova, sua rotina vai ser bem diferente. No grupo Fasano, como chef-executivo ele era responsável pelas cozinhas de todos os restaurantes, incluindo os do Rio e de Brasília. Mas não se metia na administração. Agora, ficará focado em apenas uma casa, porém também terá de pensar em folha de pagamento e outros quesitos que dizem respeito à gerência do empreendimento. "Mas meu objetivo continuará sendo a cozinha. O respeito aos produtos, às receitas e ao cliente, essa sempre foi a minha prerrogativa."
Outra grande mudança para ele: no dia a dia, o serviço muda de 80 lugares no Fasano para 280 no Girarrosto. Sobre todos os prêmios recebidos nos últimos anos, o chef ressalta a relevância do Fasano para o país. "Enquanto conjunto, o Fasano é único. Mas manter seu padrão não é fácil. E, no que diz respeito à comida, há concorrentes diretos na cidade", diz, modestamente, elogiando a cozinha de André Mifano (Vito) e de Rodrigo Queiroz (Tre Bicchieri), este seu ex-pupilo no Gero.
"O mercado está oferecendo mais. E os clientes sabem disso.", diz ele em sua avaliação. E continua... "O mercado mudou bastante ao longo dos últimos anos e outras casas praticam a boa cozinha italiana, com acesso a produtos de primeira qualidade, inclusive, importados, que antes eram exclusividade de poucos, como o Fasano."
Muito bacana esta consciência de quando é o momento certo de sair de uma cena de destaque e partir para outra - até então, desconhecida, ou seja, fazer ajustes, fechar o ciclo e se permitir a começar um outro.
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