Ao acompanhar a trajetória de Niemeyer nos últimos dias (o enterro será daqui a pouco), fico pensando se nesta imagem, o então cinquentão na época da construção de Brasília (hoje cidade cinquentona também) pensava em chegar a pouco mais um século de vida, ficar casado por mais de 70 anos com a mesma mulher (e depois casar de novo aos 99 anos), ter uma filha apenas - que já faleceu aos 82 no início do ano, cinco netos, muitos bisnetos, trinetos, e tantas outras obras espalhadas pelo Brasil e o mundo... É um belo (e raro) legado, não?
"Sempre que viajava de carro para Brasília, minha distração era olhar para as nuvens do céu. Quantas coisas inesperadas elas sugerem! Às vezes são catedrais enormes e misteriosas - as catedrais de Exupéry com certeza. Outras, guerreiros terríveis, carros romanos a cavalgarem pelos ares. Outras, ainda, monstros desconhecidos a correrem pelos ventos em louca disparada e, mais freqüentemente, lindas e vaporosas mulheres recostadas nas nuvens, a sorrirem para mim dos espaços infinitos."
Oscar Niemeyer
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